Em breve, site Trilhos do Rio !

Aguardem ... vem aí o site Trilhos do Rio, com muitas atrações e informações sobre os trilhos do estado do Rio de Janeiro !

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Informações e curiosidades sobre estações, linhas e ramais existentes, ou desativados ...

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E isso é só o começo ... aguardem !

segunda-feira, 18 de julho de 2016

O que é mais dificil ?

O que é mais dificil ?
Preservação histórica de linhas e de mobiliário ferroviário ?
Modernização de ferrovias ?
Reativação de linhas ?
Impulsionar o desenvolvimento do país ?
Melhorar a logística e mobilidade ?
Oferecer transporte público rápido, eficiente e ecológico ?
Transportar a população de maneira segura, agradável e justa ?

Hoje recebi imagens do amigo Bruno Tavares, correspondente da AF Trilhos do Rio em Paraíba do Sul, feitas durante uma caminhada no trecho da antiga EF Melhoramentos do Brazil, posterior Linha Auxiliar da EFCB (ferrovia já mostrada neste link), entre a Parada Inema (demolida) e a estação de Paraíba do Sul. As fotos são um misto de belezas rurais, abandono, desrespeito e indignação.






Aqui uma construção feita próxima demais do leito ferroviário





Com um pouco de planejamento e projetos decentes, além de investimento e incentivos para implantação de empresas em regiões próximas, uma ferrovia como essa, uma obra de arte, idealizada pelo mestre engenheiro Paulo de Frontin, poderia atender as localidades por onde passa, transportando carga, levando e trazendo passageiros, atraindo turistas para as várias festividades locais, enfim, o mais dificil parece ser realmente termos gente que pensa de maneira racional nesse país, gente que pensa e que pode fazer algo.

Todas as fotos foram feitas por Bruno Tavares, a quem agradeço imensamente.
 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Rio de Janeiro: o túmulo das ferrovias

O estado do Rio de Janeiro é o berço das ferrovias Brasileiras ! Aqui foi construída a primeira ferrovia do país, e por trilhos de diversas companhias se alcançava quase todas as localidades do estado e outras capitais do país, como São Paulo - SP, Belo Horizonte - MG e Vitória - ES, entre outras. Milhares e milhares de quilômetros de ferrovias, servindo à população, escoando a produção do interior para os portos do litoral ...

 Trecho da Linha do Litoral da EF Leopoldina, próximo à Venda das Pedras

Infelizmente, este texto não se aplica ao tempo atual. O estado do Rio de Janeiro, de berço das ferrovias, passou a ser o túmulo das ferrovias. Depois da desativação inconsequente, irresponsável e insensata de milhares de quilômetros através da RFFSA e sua comissão de erradicação de ramais anti-econômicos, erradicação esta que durou décadas (de 1950 à 1980), mesmo após a extinção da Rede, o extermínio de trilhos continua.

 Pontilhão ferroviário e mato por todos os lados. Linha do Litoral da EF Leopoldina

Além das linhas e trilhos, serviços ferroviários de passageiros como os trens ligando Niterói a Visconde de Itaboraí, o trem Barrinha que ligava Japeri a Barra do Piraí, o Vera Cruz (Rio de Janeiro x Belo Horizonte), o Santa Cruz (Rio de Janeiro x São Paulo), o Cacique (Rio de Janeiro x Campos dos Goytacazes x Vitória) e tantos outros, foram sistematicamente sendo desativados através da costumeira prática de torna-los inviáveis: sem manutenção, sem modernização, sem investimento, o serviço torna-se impossível de funcionar, sem segurança, sem pontualidade, sem condições. Neste meio, quase o Bonde de Santa Teresa entra também, após sofrer um acidente grave e ter o funcionamento interrompido. Devido à pressão popular, o sistema voltou e ainda funciona parcialmente.

 Por incrível que pareça, por aqui já passaram trens ligando o Rio de Janeiro à região Norte Fluminense e ao estado do Espírito Santo. Aliás, esta ERA a única ligação ferroviária entre estas regiões do estado ...

Sem um trem rodando pelas ferrovias, tanto trens de cargas como de passageiros, as vias acabam sendo pouco a pouco massacradas, invadidas, tomadas por mato e árvores, ou absurdamente tendo os trilhos e dormentes (e até a brita !) roubados. Os membros da AF Trilhos do Rio já presenciaram muitas coisas tristes, absurdas, desoladoras ... mas a cada caminhada, a cada quilômetro de linha explorado, a situação vai ficando cada vez pior.

Dia 10 de julho de 2016. Enquanto muitos assistiam à final da Eurocopa ou a qualquer outra atração pela televisão, um dos membros da AFTR percorreu sozinho o trecho da Linha do Litoral da antiga Estrada de Ferro Leopoldina e nos trouxe um verdadeiro dossiê da situação calamitosa, trágica, triste e chocante desta importante ferrovia que sucumbe a passos largos. Após chuvas fortes que arrastaram um pontilhão no bairro Engenho Velho, em Itaboraí, o trecho entre Vendas das Pedras e Visconde de Itaboraí ficou isolado. Se tem notícia apenas da circulação de veículos ferroviários (Autos de linha) no trecho após Tanguá em direção ao Norte Fluminense. De Niterói à São Gonçalo a linha foi erradicada, tendo os trilhos removidos pelo próprio governo. De São Gonçalo à Visconde de Itaboraí, diversos trechos foram removidos. Trem, Auto de Linha, Velocípede, nada circula no trecho prometido para receber a lendária Linha 3 do Metrô. Em Visconde de Itaboraí, entroncamento que recebia também a linha da Ligação vinda de Saracuruna e que levou vários anos para ser construída em terreno pantanoso e com diversas e verdadeiras obras de arte da engenharia brasileira, também não tem trilhos em boa parte do percurso já há algum tempo. Ou seja: não existe mais a possibilidade de se ligar o Leste e o Oeste do estado do Rio de Janeiro por trilhos.
Mas isso ainda não é tudo ... a situação está piorando ... a Leopoldina está agonizando. Preparem-se, tomem um calmante, e vejam as fotos abaixo:

 Em um pequeno vale, o leito ferroviário foi transformado em depósito de lixo
A estação de Vendas das Pedras, original da ferrovia. Tornou-se moradia e aos poucos vai sendo descaracterizada, apesar de mantida pelos moradores, ex-trabalhadores da RFFSA

Obra irregular afeta a estabilidade da linha

Em diversos trechos, como este, os trilhos foram cortados e roubados 


Em outros, habitações se aproximam demais da linha
Trecho sem trilhos e sendo tomado pela mata
Mais um trecho sem trilhos
Placas novas de sinalização de Passagem de Nível. Inúteis, pois não há nem trilhos, quanto mais um trem pra atravessar a estrada ...
Chegando em Porto das Caixas. O descampado ao fundo era o leito da EF Cantagalo. Em primeiro plano, a linha do Litoral da EF Leopoldina, tendo o mesmo destino da outra ferrovia ...
 Casa de turma e antiga caixa d'água da ferrovia em Porto das Caixas, próximas de onde era a estação. Em 2011 caminhamos deste ponto até Alcântara, e a situação era esta abaixo ...

Porto das Caixas em 2011
Cruzando a primeira PN entre Porto das Caixas e Visconde de Itaboraí 

 A situação não muda. A destruição se repete
 
Sem trilhos, sem linha, mas com invasões e cercas bloqueando propriedade da União


A estação de Visconde de Itaboraí. Mais abandonada do que nunca ...
 
 E além de abandonada, invadida !
 
Trecho percorrido hoje: a linha em amarelo é o percurso total. Os trechos em vermelho são onde não tem mais trilhos.


Infelizmente esta é a verdade. Estão dizimando nossas ferrovias. Cabe a nós mostrar a dura realidade, ser fortes e buscar medidas a serem tomadas para que isso se reverta. Para muitos, estamos dando murros em ponta de faca. Ok, um dia a faca quebra ...

Quero agradecer imensamente ao nosso amigo Cleiton Pierucinni pela coragem, disposição e gentileza em fornecer as imagens que compõe esta publicação. Muito obrigado.




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